Eu tenho andado desaparecida, mas hoje trago-vos um presente especial! Como vocês sabem, estou a escrever um livro, tem-me ocupado imenso tempo, mas está a ser uma experiência diferente da de escrever poemas, é mais demoroso e precisa de mais atenção. E o meu presente especial para vocês é um excerto do livro, é uma parte de auto-reflexão! Ainda não o acabei, mas achei que vocês mereciam. Espero que gostem! Estou à espera de críticas, sem elas não poderei melhorar!
Beijinhos,
Sandrinha
"A
casa dos meus pais estava vazia, aproveitei para fazer as malas com
calma, chamei um táxi e fui para um hotel. Os acontecimentos naquele
dia era o que precisava para por um ponto final na minha família, se
eles não acreditam em mim, então estava no momento de deixar de
lhes tentar mostrar quem realmente sou. O Sam disse-me várias vezes
“O principal motivo por eles te criticarem é a inveja, eles tem
inveja do que conseguiste conquistar, da tua personalidade e do teu
aspecto. Eles atacam-te porque se sentem ameaçados por ti, porque no
fundo eles sabem que nunca conseguiram alcançar-te. Eles não
merecem o teu sofrimento nem as tuas lágrimas, por isso esquece-os é
a única solução.”, agora percebo que ele tinha razão. A minha
tia Bárbara vive num casamento de fachada, o marido dela recusa-se a
ter filhos até fez uma vasectomia; a minha tia Carlota queria que o
filho dela tivesse alcançado o que eu alcancei, em vez disso está
desempregado e casado com uma mulher que se pudesse vendia-o para
poder comprar roupa; a minha mãe sempre sonhou viajar pelo mundo,
ter uma carreira de sucesso e o que conseguiu foi ter três filhos
para cuidar e um marido que é viciado no trabalho; e o Michael
queria algum dia ser amada como eu fui amada e amar como amei. Eles
invejam-me, mesmo quando cometo erros eles me invejam, porque antes
de cometer os erros fui feliz, muito feliz. O meu maior
arrependimento foi ter acabado com o Mário, mas agora posso
solucionar o problema, posso reconquistá-lo, porque sei que ele
ainda me ama como eu o amo.
Tentei
arranjar um voo de regresso a LA para o dia seguinte, mas havia uma
greve dos controladores do tráfego aéreo, por isso os voos estavam
todos cancelados e só estaria tudo a funcionar normalmente dentro de
uma semana. Já deitada apercebi-me que as náuseas tinham passado e
de como tinha sido muito parva, porque levei anos a torturar-me sobre
o que é que tinha que fazer para eles me aceitarem, para me dizerem
como estavam orgulhosos de mim, enquanto a resposta estava mesmo à
minha frente. Eu não tinha que fazer nada, eu não precisava de
mudar, porque se eles não mudavam por mim então não havia motivo
nenhum por mudar por eles.
Nos
dias seguintes não sai do quarto, estava demasiado cansada para
enfrentar a sociedade, nem sai para ir ao restaurante. Foram uns dias
bastantes aborrecidos, porém sem discussões, brigas, confrontos nem
problemas o que foi óptimo para descansar e colocar as ideias em
ordem. Estava a arrumar as minhas coisas para ir para Lisboa, porque
no dia seguinte de manhã tinha o voo de regresso a LA quando recebo
uma chamada da recepção do hotel que havia uma senhora que queria
falar comigo. – Quem é que seria? Ninguém sabia onde estava
hospedada nem mesmo o Sam, ele achava que estava tudo bem, não lhe
tinha contado da enorme discussão que tive no hospital com a minha
família. Por isso quem é que podia ser? – Mesmo sem saber quem
era, desci, perguntei à rapariga na recepção quem é que queria
falar comigo e ela apontou na direcção da minha mãe – depois de
tudo como é que ela tinha coragem para me vir procurar? Como? Ou
teria vindo para me acusar de mais alguma coisa? Se vinha, veio num
mau momento, visto que ainda tinha algumas verdades para dizer."
(Esta história continua.)
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