A Sophia tinha um ano e a
Charlotte tinha dois anos e nove meses quando aconteceu o atentado
que deixou as duas beldades de Caroline em estado grave. Caroline
estava a brincar na relva, do jardim do palácio, com as filhas
quando a Madeline, a governanta, uma senhora baixa de idade avançada,
a informou que o seu chefe estava ao telefone para falar consigo. Ela
só teve tempo de chegar à porta que dá acesso à sala de estar,
quando ouviu dois tiros, em poucos segundos estava Caroline ao pé
das filhas. Elas foram assistidas no Hospital Militar de Pompeo, a
Charlotte tinha sido atingida no abdómen, os médicos disseram
que tinha sido uma sorte não ter perfurado nenhum órgão vital, e
Sophia foi fora atingida na perna direita, pouco a baixo do joelho. A
Sophia fora nessa mesma noite para casa, mas o mesmo não aconteceu
com Charlotte, que estava em coma induzido para ter uma recuperação
mais rápida e menos dolorosa. Durante três meses a Caroline só
teve uma casa, o Hospital Militar de Pompeo de onde nunca saiu do
lado da filha. Foi um período bastante complicado para todos, a
Sophia sentia falta da mãe e da irmã, o Louis teve que cuidar da
Sophia e da Caroline, que se recusava a sair do hospital, e para a
Margarida e o Miguel que queriam apoiar a tia, mas não sabiam como.
Quando a Charlotte acordou do coma foi um alívio para todos e ao fim
de alguns dias foi logo para casa, onde teve direito a uma festa de
boas-vindas.
A segurança no palácio
foi reforçada para o dobro, foram instaladas câmaras de vigilância
e um sistema de identificação de armas, caso entrasse alguma arma
no palácio o alarme disparava, diminuindo assim o risco de novo
atentado.
Caroline deixou de
trabalhar como neurocirurgiã e estava dedicada a cem por cento às
filhas, Louis deixara as missões e estava a tratar da logística das
missões, tendo mais tempo para a família e menos riscos pessoais.
Estava a correr tudo bem
e Caroline decidiu levar Louis, Charlotte e Sophia a conhecer onde
tinha vivido a sua infância e a conhecer quem cuidou dela, Adelle e
George. Mas parece que muita coisa tinha mudado nos últimos anos,
George falecera, pouco depois da missão da Caroline a Voltaire, de
ataque cardíaco, devido ao stress, e Adelle não saia de casa desde
então com uma depressão grave. Até os seus colegas tinham mudado,
a casa onde lhe foi desvendada toda a verdade tinha desaparecido e
junto dela também desapareceu Richard, tudo estava mudado. Voltaire
estava no declínio, as pessoas viviam a baixo do nível da pobreza e
ninguém podia fazer nada para mudar aquilo, até que Caroline se
lembrou em restaurar uma parte de Voltaire e fazer aquela zona, uma
zona turística e assim melhorar a sua economia e a forma de vida dos
habitantes. Tal como todas as ideias de Caroline tinha sido um grande
sucesso e em apenas quatro anos Voltaire estava recuperada, Adelle
estava bem e vivia com eles em Pompeo. Juan Piedro, finalmente,
conseguiu ultrapassar o que Margarett fez e pouco a pouco
encarregou-se de educar os filhos, estes estavam radiantes por terem
um pai presente.
Não foram todos felizes
para sempre, porque havia sempre alguma guerra, alguma disputa, havia
mortes e acidentes todos os dias, mas Caroline tinha encontrado agora
a paz interior, o amor da família e a resposta à sua pergunta, ser
pai ou mãe é cuidar, educar, amar e estar presente quando os filhos
precisam, não basta dar origem a um feto e dar à luz uma criança
para se ser mãe, eles precisam de muito mais do que a vida, precisam
de saúde, amor e proteção.
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